sexta-feira, 1 de maio de 2009

Q U E P E N A ////////////////////////////

GENTE HOJE TEMOS A TRISTE NOTICIA PRA PUBLICARMOS EM NOSSA PAGINA DO CEMITERIO VIRTUAL / SIM POIS TEMOS EMBORA NAO CONHECEMOS PESSOALMENTE MAS TRISTE POIS EM UM PAIS QUE SE DIZ TEOCRATA UMA UTILIZAÇAO DA PENA DE MORTE PARA UMA MULHER COMO ELA MAS AOS FAMILIARES NOSSOS SENTIMENTOS E A MIM COMO A NOSSO CEMITERIO VIRTUAL E A TANTOS OUTROS TENHO CERTEZA QUE MUITA TRISTEZA MAS NESTE DIA LEMBRAREMOS DE MAIS UMA MARTIR QUE TEVE O SEU PAPEL IMPORTANTE EM NOSSA SOCIEDADE
A VOCE ONDE ESTIVER QUE O DEUS TODO PODEROZO / ALA O UNICO E SOBERANO DEUS ESTEJA CONTIGO / ASSINA www.memorialplus.com.br
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1 de maio de 2009

Delara Darabi, 23 anos, foi enforcada pela República Islâmica do Irã

Delara Darabi, 23 anos de idade.

Delara Darabi, 23 anos de idade.

Hoje, no período da manhã, Delara Darabi, pintora iraniana de 23 anos de idade, foi executada na prisão de Rasht (Irã).
Ninguém esperava, pois a pena capital, segundo noticiaram as autoridades iranianas, estava suspensa por dois meses: a execução marcada para 20 de abril passado havia sido suspensa em razão de pressões internacionais e possibilidade de acordo indenizatório com familiares da vítima (forma de extinção da pena de morte).

A filha da vítima, Hayedeh Amir-Eftekhari, negou-se a perdoar Delara Darabi: a vítima tinha cinco filhas e Hayedeh era a única a não aceitar trocar a pena capital por sanção indenizatória. O governo, por seu turno, não concedeu a clemência a Delara Darabi e nem converteu a pena capital em pena de prisão.

O certo é que a pena capital foi suspensa por apenas dez dias. Seguramente para baixar a pressão internacional e evitar fosse o presidente Ahmadinejad hostilizado no discurso de abertura da Conferência da ONU sobre racismo, ocorrida na semana que se seguiu à suspensão da pena capital.

Nem esta sexta-feira, –dia sagrado para os islâmicos xiitas–, evitou a barbárie, ou seja, a efetivação de um homícidio-legal (praticado pelo Estado).

A morte de Delara foi confirmada , também, pelo sítio de internet do Iran Human Rights.

Não se tem, ainda, detalhes sobre a forma de execução. Estava previsto, quando ocorreu a suspensão, o enforcamento em local público. E o corpo pendurado em guindaste ficaria em exposição, como sempre acontece.

A pintora Delara Darabi , –frise-se 23 anos de idade–, negou em juízo ter sido autora do crime de homicídio (confira retrospectiva abaixo). A sua negativa foi confirmada por oficial prova pericial (confira retrospectiva abaixo): tecnicamente, não poderia ter atingido a vítima.

Quando da consumação do crime ela tinha 17 anos de idade, ou seja, era criminalmente responsável pela lei iraniana..

Pano Rápido. Nos próximos dias desembarcará no Brasil, a convite do nosso presidente Lula, o assassino presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad: ele tenta ser reeleito, em pleito marcado para junho próximo.

Depois da China, o Irã é o país que mais impõe e executa penas de morte: confira retrospectiva abaixo.

Recomenda-se ao presidente Lula não apertar as mãos sujas de sangue de Ahmadinejad. A suspensão da execução da pena capital imposta a Delara Darabi foi uma farsa.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–
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Retrospectiva: 19 de abril de 2009.

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vôima de homicäio legal

Delara Darabi: vítima de homicídio legal


Está marcado para amanhã o enforcamento da pintora iraniana Delara Darabi. Ela tem 23 anos e está presa no cárcere da cidade de Rasht (norte do Irã) desde 2003, quando contava com 17 anos de idade.
Ela é nascida na cidade de Rasht, localizada próxima ao Mar Cáspio. Os quadros pintados por Delara na prisão foram exibidos no exterior graças a ativista de direitos humanos Lily Mazahery.
Em 2007, Delara tentou o suicídio ao cortar as veias dos braços.

O seu genitor, em lágrimas, recorda ter sido na noite de 28 de dezembro de 2003 informado do assassinato da sobrinha Mahin, de 58 anos de idade. Como Delara havia dito-lhe que apunhalara a prima, entendeu em encaminhá-la à polícia: “Pensei em fazer isso no interesse da Justiça”, declara o desesperado pai.
Hoje, o genitor de Delara não deixa de se culpar por aquele ato de entrega da filha à polícia. Entende ter se precipitado. Isto porque não tem nenhuma dúvida sobre a inocência da filha: laudo pericial oficial demonstrou ter sido um destro o autor da punhalada, quando Delara é canhota: seu namorado é destro, informaram os peritos.
Delara se retratou da confissão na Justiça. Declarou que apenas havia confessado a autoria do homicídio para poupar o namorado Amir Hossain, de 19 anos de idade e, caso fosse culpado, sujeito à pena de morte. E ela motivou sua retratação: imaginava Delara, como contou no Tribunal, que por ser menor de idade estaria livre de uma condenação à pena de morte. Mais, pouparia o namorado que amava.
Puro engano de Delara pois, pelas leis iranianas, ela já era considerada responsável criminalmente: confira na retrospectiva abaixo sobre menoridade penal no Irã.
Como a decisão condenatória à pena capital já transitou em julgado, o pai de Delara tenta desesperadamente obter o perdão da família da vítima. Essa é uma saída legal para evitar o enforcamento. A outra seria um decreto de clemência do governo teocrático do Irã.
Hoje, a imprensa de Teerã e a européia publicam uma carta-aberta do pai de Delara endereçada a Haeedeh Amir Eftekhari, o único dos cinco filhos da vítima do crime que se recusa a aceitar o perdão de Delara: confira na retrospectiva abaixo o perdão segundo a lei iraniana.
Na carta-aberta, o pai de Delara usa de habilidade e recebeu instruções do advogado Abdolsamad Khorramshahi, o mesmo que defendeu Roxana Saberi, nascida nos EUA :pai iraniano e mãe japonesa. Os jornais de hoje (incluída matéria da Folha de S.Paulo e nota do Estado de S.Paulo) noticiam a condenação a 8 anos de prisão por espionagem.
A habilidade do pai de Delara consistiu, na carta-aberta, em admitir que a filha cometeu um grave erro. Só depois de frisar e repisar sobre o erro da filha é que ele toca na sua inocência.
PANO RÁPIDO. No mês de junho próximo haverá eleições para a presidência do Irã.
O atual presidente Mahmoud Ahmadinejad concorre com o opositor Mir Hossein Mousani. E é atacado por algumas trapalhadas em face da sua política externa de confronto com os EUA, ONU e União Européia em face do programa nuclear iraniano.
Ontem, durante a parada de aniversário das forças armadas iranianas, Ahmadinejad proferiu um surpreendente discurso moderado, visto como uma resposta às mãos que foram estendidas pelo presidente Barack Obama: o Irã rompeu com os EUA quando da revolução islâmica de 1979.
Ahmadinejad destacou estar a República islâmica “ pronta para contribuir com a estabilidade e a paz”.
O atual problema político de Ahmadinejad diz respeito às suas posturas anteriores. O país, internamente, é mal conduzido e atravessa grave crise econômica, muito sentida pela população. Ahmadinejad, para desviar o foco, procura desviar a atenção dos iranianos para a questão internacional e se apresentar como o principal líder internacional de resistência aos EUA.
Com a eleição de Barack Obama e a mudança de cenário, o presidente Ahmadinejad precisou mudar políticas e comportamentos ensaiados. Aí, esbarra com problemas. Por exemplo, as condenações de Roxana Saberi e de Delara.
A primeira das supracitadas condenações, tem viés político-provocatório. Fora de oportunidade, pois que Bush já foi para casa.
A segunda condenação encontra resistência das organizações internacionais de proteção a direitos humanos, quando o Irã de Ahmadinejad é o segundo país que mais impõe penas capitais: perde para a China.
Fora isso, existe o misterioso assassinato, em 2003 e dentro da prisão, da jornalista canadense Zahra Kazemi.

A condenação por espionagem de Roxana Saberi, de 31 anos de idade, foi política e lançada pela Corte Revolucionária Iraniana, competente para questões consideradas de segurança nacional. Ela foi miss Dakota do Norte.
Por ser filha de iraniano radicado nos EUA recebeu permissão para residência temporária como correspondente da agência Feature Story News, em 2002. Não conseguiu a renovação do visto de permanência e passou a atuar, ilegalmente, como jornalista independente, a vender matérias sobre o Irã. Deu-se mal e acabou enquadrada como espiã norte-americana, em decisão que beira o ridículo. A simples permanência ilegal em solo iraniano conduziu à conclusão de espionagem.
Esse quadro era ideal para Ahmadinejad à época de Bush. Agora, está fora de propósito e pode complicar a pretensão de reeeleição do atual presidente.
Com efeito, no campo geopolítico, a clemência ou o perdão a Delara poderá surgir (até por pressão ao resistente filho da vítima) e , em sede de apelo, Roxana poderá alcançar absolvição e ser expulsa para os EUA.
–Wálter Fanganiello Maierovitch—
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Retrospectiva: 18 de abril de 2009.
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enforcada em 1/5/2009 pelo Estado

Delara: enforcada em 1/5/2009 pelo Estado

Enforcamento. Iraniana ficará pendurada em guindaste. Faltam dois dias. Fio de esperança para a jovem Delara.
Por enquanto, a data do enforcamento de Delara Darabi, –23 anos e na cadeia desde 23 de dezembro de 2003–, não foi alterada. Será na segunda-feira próxima: 20 de abril.
Darabi foi condenada à morte como autora, –quando tinha 17 anos de idade–, de um fatal golpe de punhal contra uma sua prima de 56 anos de idade : confira o post abaixo.
Como sempre ocorre no Irã, o enforcamento será em praça pública. Publicidade igual à ocorrida no Brasil com Tiradentes, quando se aplicaram as Ordenações do Reino de Portugal.
A publicidade das execuções de penas capitais ou corporais –como chibatadas– faz parte da estratégia do estado teocrático iraniano. Isto para difundir o medo e inibir revoltas e resistências ao regime. Num país que desrespeita direitos humanos básicos, o presidente Marhmoud Ahmadinejad usa a ameaça de pena severa para tentar calar ativistas.
No Irã, um guindaste é sempre usado em enforcamento. O local escolhido são as praças públicas. E o corpo fica durante horas erguido a 5 metros de altura. Isto para transeuntes tomarem conhecimento e as pessoas mais afastadas poderem enxergar acima das árvores.
Segundo informes dos serviços de inteligência do Ocidente a que teve acesso esse blog Sem Fronteiras de Terra Magazine, a pressão internacional tendente a impedir a execução da pena capital de Delara é feita com base na Convenção da ONU sobre os Direitos da Infância. No particular, segue-se a linha escolhida pela Anistia Internacional.
A Convenção sobre Direitos da Infância da ONU proíbe a imposição de pena capital em face de crimes cometidos por acusados menores de 18 anos de idade.
O problema, –como já aconteceu com a suspensão (moratória) sobre a pena de morte votada na Assembléia Geral das Nações Unidas de 18 de dezembro de 2007–, decorre do fato de vários estados não terem assinado o compromisso, ou seja, sufragado a convenção ou a proposta.
Com relação à suspensão da pena de morte (moratória até que as Nações Unidas deliberassem por Convenção), dos 192 estados-membros integrantes da ONU, estiveram presentes à Assembleia Geral representantes de 187 países.
Dentre os presentes, 104 estados-membros da ONU aprovaram a moratória. Votaram contra a moratória 54 estados. Dos presentes à Assembléia Geral, 29 países abstiveram-se de votar.
Para se ter idéia, mais de 5.000 pessoas são, anualmente e por força de condenações, executadas pelo planeta.
Em 2006, a China executou 5.000 condenados. O Paquistão cometeu 82 “homicídios legais”, o Sudão 65 e os EUA 53.
Na supracitada Assembléia Geral de dezembro de 2007, a corrente de países contrários à moratória da pena de morte foi liderada pelo Egito. Os EUA aderiram à negativa e, ironia à parte, foram seguidos pelos seus inimigos, ou seja, Irã, Coréia do Norte, Síria, Líbia, Sudão.
Para ativistas da Iran Human Rights (
www.savedelara.com ), apenas a pressão internacional poderá salvar Delara.
O momento geopolítico, talvez, seja propício para evitar a morte de Delara. No Irã, aproximam-se as eleições presidenciais e Mahmoud Ahmadinejad praticou uma política internacional de bravatas e hostilidades para desviar o foco de graves problemas internos e permanentes desrespeitos a direitos humanos. Sua reprovação popular é alta.
Por outro lado, a postura do presidente Barack Obama, desejoso de uma reaproximação com o Irã, serve para reduzir resistências.
PANO RÁPIDO. Como lembrado em comentário encaminhado ontem a este blog de Terra Magazine, estranha-se, até o momento, o silêncio do venezuelano Hugo Chavez, que já recebeu em seu país o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e estabeleceu com ele sólida aliança.
Chavez poderia ser peça importante na tentativa de se salvar a vida de Delara Darabi.
No particular, devereia esquecer a lição do presidente da Espanha ( Por que não te calas?) e soltar o verbo em cima do seu soturno amigo Ahmadinejad.
Avisos aos nevagantes: amanhã, domingo, falaremos neste blog Sem Fronteiras sobre as mulheres no corredor da morte no Irã e as resistentes que foram mortas.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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Ahmadinejad, no centro.

Ahmadinejad, no centro.


RETROSPECTIVA: post de 17 de abril de 2009.
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Delara Darabi tinha 17 anos de idade quando foi presa no Irã. Foi acusada de ter matado com uma punhalada a prima de 58 anos de idade. Respondeu, também, por furto na casa da prima morta e por manter relacionamento sexual com o namorado Amir Hossain de 19 anos de idade: no Irã, sexo só com o casamento e a adúltera recebe pena capital.
Hoje, Delara Darabi está com 23 anos. Continua presa desde os crimes consumados em 2005. Na segunda-feira, 20, será enforcada por ter sido considerada autora da punhalada, com intenção de matar.
Pelo furto e intimidade com o namorado, cumpriu pena de 3 anos de cadeia. Recebeu, em público, 50 chicotadas pelo furto e mais 20 pelas relações amorosas com o namorado.
Delara Darabi nega ter matado a prima.
Ela disse que confessou quando presa para “salvar” o namorado da pena de morte. Frisou que imaginava, pelos seus 17 anos, que não seria condenada à morte. Errou nos cálculos pois a responsabilidade criminal no estado teocrático do Irã começa aos 15 anos de idade para homens e 9 anos para as do sexo feminino.
O crime de homicídio, frise-se, consumou-se em 2005 e a sentença condenatória à pena de morte foi confirmada pela Corte Suprema em 2007.
A única chance legal para Delara Darabi seria a família da vítima, — sua prima–, aceitar uma indenização em dinheiro.
O pai da condenada já fez a oferta, mas não houve aceitação. O genitor da vítima pretende renovar a proposta até o último momento, ou seja, até antes de o cadafalso se abrir e a filha ficar pendurada.
Segundo o advogado e as organizações internacionais de defesa de direitos humanos ficou provado nos autos, por laudo pericial oficial e único, que Delara Darabi é inocente. Para os peritos, o golpe de punhal foi desferido por uma pessoa destra. Darabi é canhota.
PANO RÁPIDO. Depois da China, o Irã é o país que mais condena e executa penas capitais.
No dia 18 de dezembro de 2007, — e ainda em face do impacto causado pela morte por enforcamento de Saddam Hussein–, houve Assembléia Geral da ONU para aprovar uma suspensão (moratória) das penas capitais.
Dos estados-membros da ONU, 104 votaram a favor, incluído o Brasil. Ocorreram 29 abstenções. Votaram contra a moratória 54 países, dentre eles o Irã, a China e os EUA.
Segundo a Human Rights, o Irã, em 2008, enforcou oito menores de 18 anos de idade. Neste 2009, um menor já foi executado. No chamado corredor-da-morte, aguardam 150 menores de 18 anos de idade.
Para Delara Darabi, que pinta quadros na cadeia e se tornou uma pintora conhecida internacionalmente, só resta a pressão internacional por clemência ou a família da vítima aceitar uma indenização.
Vamos torcer por ela, pois pena de morte é inaceitável.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–
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Retrospectiva: 20 de abril de 2009.

acusada aos 17 anos de idade e executada aos 23 anos.

Delara Darabi:acusada aos 17 anos de idade e executada aos 23 anos.

Sempre perseguidas pela polícia dos bons costumes do estado teocrático xiita, as jovens iranianas conseguiram, diante do iminente enforcamento da pintora Delara Darabi, de 23 anos, alimentar com informações várias redes internacionais de direitos humanos e canais de difusão.
Para se ter idéia, as jovens iranianas não podem se reunir nem para celebrar festa de aniversario. Muitas, no entanto, continuam a se arriscar por causas nobres. E desafiam o governo de Ahmadinejad, cuja impopularidade aumenta com a aproximação das eleições de junho próximo.
Por exemplo, foram as jovens iranianas que revelaram, depois da tentativa de suicídio de Delara(cortou as veias em 2007), a carta onde ela se mostra recuperada psicologicamente: - “ A minha defesa da vida é feita pelas cores, formas e expressões”, numa referência a ter se apegado à pintura para vencer a depressão e a morte.
A saída da depressão deveu-se à mudança de cárcere. Ela estava em prisão superlotada, com um banheiro para cada 100 presas, raras visitas autorizadas e precária de ventilação nas celas do presídio de Rash.
No corredor da morte, onde ainda está Delara (houve suspensão por dois meses da execução da pena-capital) permanecem, também, 150 jovens iranianos.
A pena de morte, no Irão, pode se aplicar a partir de 15 anos de idade para o sexo masculino e de 9 anos para o feminino.
Em 2008, o Irã executou oito menores de dezoito anos.
Neste ano de 2009, ocorreu uma execução de menor de 18 anos.
O estranho é ter o governo do presidente Ahmadinejad desrespeitado a Convenção Internacional sobre Direitos da Infância.
Essa Convenção da ONU proíbe imposição de penas capitais em face de crimes cometidos por menores de 18 anos. Delara tinha 17 anos quando consumado o crime de que foi acusada e condenada definitivamente em 2005.
A pressão internacional e o momento político ( Obama na presidência a estender a mão ao Irã e o período pré-eleitoral) ajudaram na decisão da Corte Suprema de suspender, por dois meses, a execução de Delara.
Segundo analistas, o risco existe ainda. Mas, caiu de 90% para 5%.
Durante dois meses, vai-se tentar convencer um dos filhos da vítima fatal, — único resistente–, a assinar uma carta de perdão e recolher a indenização financeira. No Irã, a aceitação do perdão e o recebimento de indenização impedem a execução da pena de morte. Em último caso, poderá haver a clemência ou a transformação da pena de morte em prisão.
A grande repercussão do caso Delara, entretanto, serviu para os fundamentalistas sunitas talebans do Paquistão executarem, por meio de fuzilamento público, um casal de namorados: ambos negaram.
Os talebans enviaram as imagens do fuzilamento da mulher e estas foram transmitidas pela rede televisão do Paquistão. Estão espalhadas em sites filo-taleban.
Por ordem do presidente paquistanês Asif Ali Zardari, viúvo da assassinada Benazir Bhutto, na região nordeste do Paquistão, fronteira com o Afeganistão, vigora a lei religiosa e não a lei do estado. Mais, funcionam tribunais islâmicos e não os do estado paquistanês.
Ontem, em execução anunciada como exemplar pelos talebans, foi metralhado um casal de amantes, com tiros de halashinikov (fuzil russo).
Na filmagem, a mulher paquistanesa, entre 30 e 40 anos de idade, chorava, pedia piedade e berrava que ninguém jamais havia tocado no seu corpo”.
Quatro encapuzados carrascos talebans realizaram disparos contra o peito da mulher. Com ela caída e a respirar ofegante, coube um apelo popular pelo tiro de misericórdia. Os carrascos, então, dispararam até descarregar suas armas.
Para fingir que tem o controle da região tribal, na fronteira entre Paquistão e Afeganistão, o presidente Zardari, – dado como corrupto e apelidado de dr. 10%, admitiu a vigência da lei islâmica. E a interpretação é feita por fundamentalistas talebans por meio de tribunais islâmicos “ad-hoc” (para os casos cotidianos).
O acusado de namorar com a mulher paquistanesa e ter com ela relações sexuais fora do casamento também foi metralhado e morto.
Para analistas internacionais, os talebans, fundamentalistas sunitas, aproveitaram a repercussão do caso da jovem pintora persa Delara ( o Irã é teocrático xiita) para desafiar o Ocidente. Eles utilizaram a tecnologia de difusão de imagens para chamar a atenção e a fim de, pelo terror, gerar o medo no Ocidente.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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